Páginas

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

"...Toc-Toc-Toc..."


Gosto de surpresas na porta de casa. Mas a escolha não é minha deixá-las ali ou não.
Você não pode impedir que o inesperado bata à sua porta, mas você pode escolher se ele vai entrar ou não em sua casa. E isso nem sempre é simples. Têm coisas que apenas acontecem e você nem quis evitar, deixou acontecer. Outras poderiam ter acontecido, e você nem se esforçou pra alcançar isso. Às vezes, ou, na maioria das vezes a gente é assim mesmo: inconstante.
Contudo, ainda gosto de surpresas na porta de casa. Se elas entrarão ou não, já é escolha minha, ao menos isso.

Carpe Diem!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

"...eLa, Eu & uM aDeuS..."


Estamos juntas há muito tempo. Nós nos conhecemos muito bem. Ela conhece todas as minhas histórias. Ela esteve comigo em todo meu passado, e está presente no meu presente. Mas ela não é bem vinda no meu futuro. E isso está trazendo problemas, discórdias e discussões entre nós. Ela não pode mais caminhar comigo. Contudo ela é minha e eu a quero.
Eu sei que ela não me faz bem, que ela tem acabado com quase todos os meus sonhos, esperanças e anseios. Ela têm com um desvelo traiçoeiro roubado meu ânimo, meu fôlego, minha vida. Ela é quem me causa lágrimas, vazio, angústia, desespero. Por causa dela tenho vontade de fazer coisas funestas. Ela, definitivamente, não me faz bem. Mas ela é minha.
Ela está comigo há muito, muito tempo. Eu já me acostumei com ela. Ela faz parte da minha vida, da minha rotina, da minha arte, dos meus relacionamentos. Ela opina, discorda, obriga, manda e desmanda. Ela que diz como será meu dia, minha semana, meu mês. Ela é exigente, egoísta, obstinada em garantir seu lugar na minha vida. Ela é minha.
Ela me conhece muito bem, eu a conheço também. Eu a quero muito. Mas já não posso mais conviver com ela. Não estou mais suportando suas artimanhas. Ela me consome o tempo, a energia, as ideias, a vitalidade. Ela me suga completamente e mesmo quando estou exausta ela exige mais e mais. Nunca está satisfeita. Nada é suficiente para ela. Por isso, mesmo ela sendo minha e eu a querendo muito, preciso me despedir.
Essa despedida dói demais. É uma ruptura demorada, pois são muitos anos caminhando juntas todos os dias, o dia todo. É difícil pensar como serão meus dias sem ela. Em quem vou me apoiar, me sustentar? Quem vai me dizer pra onde ir e o que fazer? Quem vai me aconselhar, me direcionar? Quem embalará meu sono, fará minha comida, arrumará meu cabelo? 
Eu sei que ela não me faz bem mas eu me acostumei a fazer tudo junto com ela e agora depois de tanto tempo como vou viver sem ela? Será que eu saberei como viver sem ela? Dependi dela pra tudo até aqui e agora simplesmente tenho que aprender a viver sozinha e mandá-la embora?
Infelizmente, ela ficou mais tempo do que é saudável ficar. Ela passou o limite da normalidade. Ela foi além do que poderia ter ido. Depois de fazer o bem que deveria ela continuou comigo. Então seu bem se tornou em mal. Não a culpo totalmente, eu deixei ela ficar. Um dia, mais um dia, e assim anos se passaram ela ficou definitivamente. No começo era bom, pois eu a controlava e ela me fazia companhia. Mas então as coisas foram mudando, ela foi crescendo e tomando uma proporção maior que a minha capacidade de contê-la. E assim, ela me dominou.
Ela é minha. Mas eu sou muito mais dela agora. Me entreguei a ela, me rendi a ela. Agora é difícil me despedir, me tomar pra mim mesma novamente, me arrancar das mãos dela, me resgatar. Mas é preciso. Eu preciso. Pois mesmo querendo-a muito eu sei que não dou mais conta de estar com ela. Ela está furiosa por causa disso, e eu triste. Mas teremos que nos despedir. Já está decidido.
Isso é urgente pois ela está me matando aos poucos e talvez eu precise matá-la duma só vez. Ainda me pergunto o que é pior: assassina-la friamente ou permitir que ela me leve ao suicídio? De um jeito ou de outro o adeus será necessário. Então que seja do jeito melhor. Pois retroceder não é mais minha opção.
Que ela seja sacrificada.

sábado, 3 de novembro de 2012

"...PaLaVra ViVa..."

"Quando as palavras de outros vêm ao meu encontro,
elas confrontam meu silêncio.
Palavras sempre quebram meu silêncio.

Quando dizem que me amam,
isso confronta  o silêncio da minha indiferença.

Talvez eu precise de palavras de afirmação
porque isso me conforta diante do meu silêncio.
Daquele triste silêncio que insiste em me seguir.
Já o soltei, mas ele ainda anda do meu lado.

Então no meio da caminho
encontro alguma palavra que me consola.
Por vezes essa palavra é pra mim
e suspiro aliviada por poder abafar o silêncio.
Às vezes a palavra não é pra mim... É pra outro.
Às vezes é só uma palavra perdida no caminho.

Mas tomo pra mim a palavra,
pois sendo uma palavra,
ela perfura o insistente silêncio.


Quando me faltarem as palavras,
quero apenas a Palavra.
Que ela me baste, me preencha, me sustente.

Que o meu silêncio não seja mais um calar de medo,
mas apenas o estar sem palavras diante da Palavra.

Que a Palavra se faça Viva em toda vida
que ainda há em mim!"


(3110012)

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"...rEcoNsTrUiR..."


Às vezes acontecem coisas que não entendemos, nos perguntamos: "Como deixei isso acontecer? Como não percebi aonde isso estava me levando? Como me iludi dessa forma? Como me machuquei dessa maneira? Por que ninguém abriu meus olhos"?
Mas quando a gente para pra pensar a gente percebe que em algum momento e de alguma forma Deus estava falando ao nosso coração, à nossa mente, às nossas emoções. Mas estávamos tão certos do nosso próprio entendimento que não demos ouvidos a voz de Deus. 
O importante é lembrar que Ele ainda fala, que Ele ainda quer nos ouvir. 
Deus quer usar nossos destroços para construir uma Torre Forte, uma Fortaleza para abrigar outros que talvez estejam ainda mais feridos. Ele transforma nossos destroços em Muros Alicerçados de jardins secretos para encontros com o Amado, Ele usa nossos destroços para construir Pontes Seguras para aqueles que ainda estão longe se aproximem de novo do Caminho. 
Ele faz isso, Ele pode fazer, Ele quer fazer! E toda nossa ruína, cinza e lágrima se transforma em um Castelo Forte, brasas vivas e cânticos de gratidão. Basta permitir que Ele mova e remova nossas ruínas. 
A escolha é nossa. A decisão é nossa.

Carpe Diem!